O Espião que Sabia Demais – Crítica

Por Sergio Batisteli – direto da redação

Divulgação

Espiões no jogo de xadrez

Dois homens conversam em um restaurante, um deles corre e é baleado. Outras pessoas ao redor também são baleadas, inclusive uma mulher com um bebê no colo. Porém, o impactante início antes dos caracteres iniciais, irá contrastar com todo o metódico restante do filme.

O Espião que Sabia Demais (Tinker, Taylor, Soldier, Spy, Reino Unido/ França/ Alemanha – 2011, 127 min.) é o segundo longa-metragem do diretor sueco, Tomas Alfredson, depois do thriller de terror premiado e aclamado pela crítica “Deixe Ela Entrar” (2008).

O Espião que Sabia Demais” narra uma história de espionagem baseada no best-seller homônimo do escritor britânico, John Le Carré. Ambientado nos anos 70, momento histórico em que a chamada Guerra Fria acirrava os ânimos mundiais. Em uma missão de espionagem na Hungria ocorrem falhas e resulta em uma série de mudanças na cúpula do comando dos serviços de inteligência britânicos. Um dos agentes afastados de suas funções é o agente George Smiley (Gary Oldman). Mas quando ele experimenta uma rotina de aposentado, é recrutado para liderar uma nova missão.

Contando com a ajuda de alguns agentes afastados, George passa a obter informações e junta às peças que levem ao traidor. Há suspeitas de que existe alguém infiltrado nos altos setores do serviço secreto e somente uma pessoa de fora pode descobrir. A partir daí, começa um minucioso jogo de xadrez que acontece entre os próprios agentes, para saber quem é o traidor.

O diretor consegue restaurar muito bem o cenário dos anos 70. Seja pelo figurino utilizado nos ternos dos agentes, através dos designs dos automóveis, nos ambientes de escritórios cercados de documentos em papéis e armários de ferro com cofres. E também, como era muito comum na época, fuma-se muito e em qualquer lugar.

O roteiro da dupla (Bridget O’Connor e Peter Straughan), inspirado em um livro possui um ritmo da narrativa bastante literária, notabilizada principalmente pelos diálogos.

“O Espião que Sabia Demais” gira em torno de um quebra-cabeça e o excesso de idas de vindas ao roteiro, pode cansar o espectador menos acostumado com o tipo de filme.

Crítica publicada no site Jornal Livre:
http://www.jornallivre.com.br/365810/critica-do-filme-o-espiao-que-sabia-demais.html
Crítica publicada no site Confraria de Cinema

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