Um Homem Sério – Crítica

Blogindica – Por Sergio Batisteli

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A seriedade fora de controle

O ano é 1967, um garoto ruivo Danny (Aaron Wolf), ouve a canção “Somebody To Love”, da banda de rock psicodélica Jefferson Airplane em um rádio de pilhas, no meio da aula de língua judaica. O professor que é um rígido senhor de idade, despluga o fone de ouvido do aparelho e o som do rock and roll inflama seus colegas de classe. Eles desabafam seus rancores adormecidos contra o professor.

Larry Gopnik (Michael Stuhlbarg) é um cara de meia-idade, extremamente inseguro e sério. Larry leciona física na Universidade de Midwestern e passa por uns exames médicos de rotina.

Um Homem Sério (A Serious Man, EUA – 2009, 105 min.) conta a história sobre as tradições de uma família judia e o contestador final da década de 60, nos EUA. Os Gopnik têm a cara de uma família em constante transformação nesse período histórico, abordado no filme. A esposa Judith (Sari Lennick), pede divórcio, o filho Danny, vive dividido entre a rebeldia e os costumes judaicos e sua irmã (Jessica McManus), vive brigando com ele. Larry, o “chefe da casa” tem o irmão problemático (Richard Kind), que vive à custa dele.

Há sempre uma pergunta feita pelos membros da família e nunca é respondida com clareza. Uma questão que sintetiza a certeza deles estarem perdidos diante de situações ou fingirem não saberem de nada: “O que está havendo?”.

Com esses problemas, a vida do professor de física não vai bem e tenta buscar ajuda com vários rabinos. Mas, todos eles contam histórias mirabolantes e não servem de nada para ele. Seu mundo sério cai, Larry, se vê sem casa, família e recebe cartas anônimas o ameaçando no emprego.

A cultura judaica está representada no longa-metragem em diversas formas, mas, sobretudo nos cerimoniais religiosos.

Um Homem Sério possui os ingredientes de um drama tradicional, porém o humor é seu diferencial e literalmente é a graça do filme. A película tem diálogos bem insólitos e não há tempo para pensarmos muito. Somos conduzidos pela história.

A direção e roteiro ficam a cargo dos irmãos Coen, “O Homem Que Não Estava Lá” (2001), “Onde Os Fracos Não Têm Vez” (2007), “Queime Depois de Ler” (2008), entre outros.

Crítica publicada no site Almanaque Virtual:
http://almanaquevirtual.uol.com.br
Crítica publicada no iG

Um comentário sobre “Um Homem Sério – Crítica

  1. ´silene agosto 22, 2010 / 9:18 am

    ´silene disse: 29/03/2010 às 06:49

    não acredito que você tenha entendido o filme. não só você mas qualquer espectador que não seja judeu. O filme dos irmaos coen superou toda a expectativa: numa abordagem que nos leva crer sátira, uma forte crítica aos valores não só da cultura, mas da religião judaica. E também à suas tradições, ponto este em que você não se deteve, e que acontece logo no início da película com o maravilhoso diálogo em idish e toda a sua simbologia que só tem condições de entender uma pessoa judai. toda a carga familiar, as cobranças, o modo como sempre ve que um ato contra Deus irá reverter negativamente em sua vida, estar sempre colocando a culpa em gentios, mesmo que não tenham e apesar de serem amigos, os laços familiares, o compromisso que é imposto ao irmão com menos condições mentais, enfim, fora a problemática de que feita para ser seguida sem rabinos, encontrou nestes a pior influencia que uma fé poderia encontrar. e daí o resultado, ele não resiste e vai dar a nota ao aluno sem o mesmo merecer. não houve um instante, digo e repito um instante sequer em que alguma crítica não tenha sido feita, e todas em sua grande maioria corretíssimas, e o grande lance foi reportar-se ao cantor liturgico cujo long play aparece em cena e que foi um ícone para judeus do mundo todo. UM DOS GRANDES FILMES A QUE ASSISTI, FANTÁSTICO

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