Imagem-Violência: Etnografia de um Cinema Provocador – Blogindica

Blogindica – Por Sergio Batisteli

Em tempos de violência gratuita que vivemos hoje em dia, o livro “Imagem-Violência: Etnografia de um Cinema Provocador” (2012) da antropóloga Rose Satiko Gitirana Hikiji, nos ajuda a compreender a multiplicidade dessa brutalidade abordando a relação entre a mídia, sociedade e o cinema.

O livro tem como ponto de partida a ligação entre a antropologia e filmes que nos anos 1990 provocaram as plateias em todo o mundo, com imagens nas quais a violência é simultaneamente tema e forma. Por meio dos filmes analisados há obras dos diretores Quentin Tarantino, irmãos Coen, David Lynch, Michael Haneke, Oliver Stone, entre outros.


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Livro: Imagem-Violência: Etnografia de um Cinema Provocador
Autora: Rose Satiko Gitirana Hikiji
Editora: Terceiro Nome – 190 páginas
Preço sugerido: R$29,90

Um Homem Sério – Crítica

Blogindica – Por Sergio Batisteli

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A seriedade fora de controle

O ano é 1967, um garoto ruivo Danny (Aaron Wolf), ouve a canção “Somebody To Love”, da banda de rock psicodélica Jefferson Airplane em um rádio de pilhas, no meio da aula de língua judaica. O professor que é um rígido senhor de idade, despluga o fone de ouvido do aparelho e o som do rock and roll inflama seus colegas de classe. Eles desabafam seus rancores adormecidos contra o professor.

Larry Gopnik (Michael Stuhlbarg) é um cara de meia-idade, extremamente inseguro e sério. Larry leciona física na Universidade de Midwestern e passa por uns exames médicos de rotina.

Um Homem Sério (A Serious Man, EUA – 2009, 105 min.) conta a história sobre as tradições de uma família judia e o contestador final da década de 60, nos EUA. Os Gopnik têm a cara de uma família em constante transformação nesse período histórico, abordado no filme. A esposa Judith (Sari Lennick), pede divórcio, o filho Danny, vive dividido entre a rebeldia e os costumes judaicos e sua irmã (Jessica McManus), vive brigando com ele. Larry, o “chefe da casa” tem o irmão problemático (Richard Kind), que vive à custa dele.

Há sempre uma pergunta feita pelos membros da família e nunca é respondida com clareza. Uma questão que sintetiza a certeza deles estarem perdidos diante de situações ou fingirem não saberem de nada: “O que está havendo?”.

Com esses problemas, a vida do professor de física não vai bem e tenta buscar ajuda com vários rabinos. Mas, todos eles contam histórias mirabolantes e não servem de nada para ele. Seu mundo sério cai, Larry, se vê sem casa, família e recebe cartas anônimas o ameaçando no emprego.

A cultura judaica está representada no longa-metragem em diversas formas, mas, sobretudo nos cerimoniais religiosos.

Um Homem Sério possui os ingredientes de um drama tradicional, porém o humor é seu diferencial e literalmente é a graça do filme. A película tem diálogos bem insólitos e não há tempo para pensarmos muito. Somos conduzidos pela história.

A direção e roteiro ficam a cargo dos irmãos Coen, “O Homem Que Não Estava Lá” (2001), “Onde Os Fracos Não Têm Vez” (2007), “Queime Depois de Ler” (2008), entre outros.

Crítica publicada no site Almanaque Virtual:
http://almanaquevirtual.uol.com.br
Crítica publicada no iG